terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tráfico de pessoas é assunto em seminário da Igualdade Racial


Foto Jose Luiz

Na terça-feira (6), às 9 horas, aconteceu o seminário “Identidades e Vulnerabilidades Frente ao Tráfico de Pessoas”, organizado pela coordenadoria da Igualdade Racial em conjunto com Relações Internacionais. O objetivo foi de discutir o tráfico de pessoas, organização criminosa lucrativa que só perde para o tráfico de drogas e a indústria bélica. O seminário ocorreu na Universidade de Guarulhos (UNG) e contou com a presença dos alunos dos cursos de Serviço Social, que tiraram dúvidas sobre o tema.

A mesa diretora foi composta por Edna Roland, coordenadora da Igualdade Racial; Dagmar Creilde dos Santos, professora e coordenadora dos Cursos de Serviço Social da UNG, e Rejane Costa, assessora do projeto “Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Turismo Sexual” (ETTS), em Guarulhos. A coordenação geral do projeto fica em Gênova, Itália, onde a maioria dos traficados é levada, além de outros países da Europa que, além de brasileiros, recebem ilegais da Argentina, Nigéria, Romênia etc.

Para Edna Roland, o problema de tráfico de seres humanos é um fenômeno muito complexo, e é pouco conhecido pela população. “Esse enfrentamento não é nada fácil e, apesar de serem crimes transnacionais, o combate deve envolver todas as esferas de governo. É preciso prevenir e proteger as vítimas, além de punir e responsabilizar os captadores”, afirma.

Foram detectados 241 pontos de tráfico de pessoas no Brasil. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) estima que cada pessoa traficada gera um lucro de até US$ 2 mi ao ano a seus contraventores e US$ 32 mi durante o período de escravidão. Cerca de 30% das vítimas são forçadas à exploração trabalhista e o restante é levado à exploração sexual, mais de 70%, o que deixa mulheres e transgêneros em maior risco.

Como Guarulhos é uma das principais rotas internacionais de tráfico, pelas conexões feitas no Aeroporto Internacional, a Prefeitura de Guarulhos montou um grupo intersetorial, que envolve as coordenadorias da Mulher, Igualdade Racial, Relações Internacionais, Assuntos Aeroportuários, além da Secretaria de Segurança Pública e a Assessoria Municipal de Assuntos da Diversidade Sexual (Amads).

O mote da campanha organizada, que teve início em 2011, é “O Silêncio nos Faz Cúmplices” e as ações foram distribuídas em três anos, onde o primeiro foi destinado a debater a rede de tráfico de pessoas no Brasil, o segundo ano foi dedicado a identificar vítimas e maneiras de acolhimento, e o terceiro, que será em 2013, visa ao debate sobre turismo sexual. Para denunciar casos de tráfico de seres humanos, basta discar 100 e/ou 180 e não é preciso se identificar.

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